"A maior e mais rápida extinção em massa" ameaça a Terra (e a culpa é nossa!)

Caso a humanidade não consiga reverter os efeitos das alterações climáticas, o mundo pode deixar de ser mundo mais depressa do que se espera...

14/04/2025
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O alerta foi dado pelo cientista Hugh Montgomery, do Centro de Saúde e Desempenho Humano da University College London, durante o Forecasting Healthy Futures Global Summit, no Rio de Janeiro na passada semana.

"Estamos a testemunhar a maior e mais rápida extinção do planeta e somos todos responsáveis por ela", afirmou Montgomery.

Um dos autores do relatório de 2024 sobre saúde e alterações climáticas da revista científica The Lancet, explicou que a "extinção em massa" já está em curso e que antes de 2050, o mundo pode "deixar de ser mundo".

Para este especialista, a crise climática é a principal ameaça: o aumento da temperatura média global em 3°C, representa um ponto de crítico para o planeta, podendo desencadear um desastre ambiental de proporções catastróficas.

"A própria sobrevivência da espécie humana estará em risco", alertou.

Montgomery chamou ainda a atenção para outras consequências, como o degelo do Ártico e a desaceleração da Circulação Meridional do Atlântico, que podem ocorrer com um aumento de temperatura entre 1,7°C e 2,3°C - eventos podem levar a um aumento do nível do mar em vários metros, com "impactos devastadores".

O cientista também destacou a importância de reduzir as emissões de metano, um gás com potencial de aquecimento 83 vezes maior que o CO₂ (libertado principalmente durante a exploração de combustíveis fósseis, como o gás natural) e defendeu que a prioridade deve ser a redução drástica destas emissões.

Para concluir, Hugh Montgomery realçou que os prejuízos económicos da crise climática também serão gigantes: estima-se que, a partir de 2049, a economia global possa perder até 20% do seu valor anualmente, se não forem tomadas medidas urgentes.