Deixará de haver séries americanas daqui a 6 meses?

As greves mantêm-se...

19/07/2023
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A greve dos argumentistas nos Estados Unidosnão é uma novidade, tendo já impactado diversas produções, como o adiamento de “Avatar”, “Euphoria” e “Stranger Things”, por exemplo.

No entanto, a situação tem vindo a tornar-se ainda mais complicada com a greve dos atores, algo que não ocorria desde 1960.

Joaquim de Almeida, o icónico nome do cinema português e conhecido mundialmente pela sua atuação em filmes como "Fast Five" e "Desperado", partilhou o seu ponto de vista relativamente aos problemas originados por esta paralisação, bem como aos motivos que levaram a esta greve.

Numa entrevista mencionou: “Eu faço isto há 42 anos, a última greve dos atores foi há 60 anos. Eu recebia normalmente 80 mil euros por ano em direitos de autor, baixou para metade, porque o streaming não é controlável e deixamos de receber o dinheiro. A nível da inteligência artificial podem usar a minha imagem e voz sem a minha autorização e sem me pagar”.

Para Joaquim de Almeida, a origem do problema está na facilidade com que os filmes e imagens são utilizados sem a devida compensação aos atores. Ele destaca que os produtores estão a ser mais bem recompensados, enquanto os atores estão a receber menos. Antigamente, era mais simples receber pelos filmes quando eram vendidos ou exibidos nos cinemas, mas atualmente, com a preferência do público pelo streaming, a situação tornou-se mais complexa.

Por fim, o ator acredita firmemente que a greve trará resultados positivos, lembrando o êxito da greve dos escritores que durou quatro meses e alcançou os seus objetivos. Ele prevê que esta paralisação dos atores persistirá até o final do ano, e que, em consequência, daqui a seis meses, a produção de séries será afetada significativamente.